sábado, 29 de agosto de 2009

Filosofia da Educação

Na disciplina de Filosofia da Educação foram realizadas diversas leituras acerca do papel da Filosofia, da Educação e da Filosofia da Educação. Tivemos vários momentos de reflexão e discussão nos foruns da disciplinas, o que foi muito proveitoso e questionador. Dentre minhas colocações, destaco a seguinte sobre os pressupostos éticos da educação:
"...recebemos alunos sem a noção de valores básicos para a boa convivência em grupo, que na família a formação de valores, de princípios não está acontecendo, então se espera que na escola se dê esta formação. E até mesmo entre colegas, princípios mínimos de uma boa convivência, de respeito ao outro, muitas vezes não acontece (um simples exemplo: muitas vezes entrei na sala de professores, cumprimentei-os e ninguém me respondeu...).
Não existe, para mim, uma receita pronta para se trabalhar a ética. Mas acredito que a reflexão sobre nossos atos pode ser um começo. Em sala de aula, gosto muito de refletir com meus alunos (de 7 a 8 anos) sobre seus atos em situações de desentendimentos, brigas, violência. A conversa, o parar para pensar no que aconteceu, no estamos vendo e lendo na mídia, o que acontece aqui e no outro lado do mundo,... Refletir, percerber como é bom se dar bem, ter amigos, fazer o bem, ajudar o outro,... Insistir...
Com nossos colegas, professores, acredito que o caminho é o mesmo, reflexão sobre nossos atos, nossa convivência, nosso futuro (que mundo queremos?). E a educação formal deve tomar este rumo desde cedo, os princípios éticos e a reflexão devem estar presentes das séries iniciais à formação acadêmica, sem se esquecer na formação de professores.
É preciso mudança de pensamento, de atitude, pois é preciso um mundo melhor para todos, onde "todos possam exercer sua cidadania na plenitude" (Kuaiava).

domingo, 23 de agosto de 2009

Seminário Integrador 1 "Ser Professor no Contexto Atual

A disciplina Seminário Integrador 1 Ser-professor no contexto atual proporcionou-me muita reflexão acerca de minha prática docente. Retomando leituras da LDBN, Plano Nacional de Educação, teorias pedagógicas, apresentando reflexões e ideias atuais sobre o processo educacional, foi proporcionado um "repensar do ser-professor" hoje.
Estamos vivenciando um processo de muita informação, num mundo muito informatizado, de muitas mudanças na humanidade. A prática pedagógica precisa ser pensada de forma a acompanhar toda esta transformação. E precisei repensar em muitos momentos a minha prática pedagógica.
Na primeira atividade desta disciplina acessei o Portal do MEC (o qual antes nunca havia acessado). Então, fiz a seguinte colocação no forum:


Olá, pessoal! Acessei o Portal do MEC por diversas vezes e o que mais me chamou atenção no momento foi este assunto que está nos angustiando muito: a IINCLUSÃO. Neste ano, na minha turma de terceiro ano do Ensino Fundamental, tenho dois alunos com necessidades especiais. E também tenho os mesmos sentimentos destacados por vários colegas neste tópico do fórum. Muitas vezes me senti impotente, incapaz e sem esperança. Mesmo sabendo que não estou sozinha, pois eles são atendidos também pela Sala de Recursos, aulas de reforço e pelo projeto Vinculação (com atendimentos psicológico, fonoaudiológico, psico-pedagógico e psicomotor).
Mas, aos poucos fui percebendo como tem sido importante para estes dois alunos estarem naquela turma. Os demais colegas perceberam suas dificuldades e limitações e uniram-se para ajudá-los e adoram fazer isto. Hoje, percebo a grandeza da palavra INCLUSÃO.
Historicamente, a escola brasileira excluiu indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores dela. A educação especial, então se organizou de forma separada em instituições, escolas e classes especiais.
Esta idéia de "políticas especiais" para atender alunos com deficiências permanece até a Constituição Federal de 1988 que tem como um dos objetivos fundamentais "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação" (art.3o inciso IV). Define, então no artigo 205 "a educação como um direito garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho". No artigo 206, inciso I, estabelece a "igualdade de condições de acesso e permanência na escola", sendo um dos princípios para o ensino e, garante "como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino" (art.208). Este vai ser o ponto de partida para chegar ao que se tem hoje na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
E eu me INCLUO nesta política na inquietação, na busca, na formação e na esperança de uma conquista de avanços neste grande desafio chamado INCLUSÃO.

A segunda atividade foi refente à LDBN e o Plano Nacional de Educação, a qual proporcionou uma reflexão destes documentos acerca do Ensino de Arte:

Complementando o que os colegas citam a respeito da obrigatoriedade do Ensino de Arte presente na LDB artigo26 § 2°, acredito que a grande barreira na mudança da visão desta disciplina esteja na sua história. Antes da LDB, o Ensino de Arte que era chamado de Educação Artística, muitas vezes era dividido em Desenho, Música ou Trabalhos Manuais, não era obrigatória, não reprovava e não tinha a devida importância no processo de aprendizagem. Historicamente foi pensado assim, inclusive por profissionais desta área do conhecimento. Em minha escola, esta visão ainda não foi superada, porém está sendo muito questionada. O Ensino de Arte contribui muito no desenvolvimento de várias habilidades, da linguagem e da expessão desde a educação infantil. Portanto é de grande importância em todos os níveis. O que me conforta é que já existem questionamentos, então se está em processo de mudança.

A terceira atividade desta disciplina foi outra grande novidade para mim: trabalhar no Artpad. Além de leitura e reflexão sobre a prática docente, tive a possibilidade de descobrir recursos que antes não tinha acesso ou que tinha muitas dúvidas e receios em conhecê-los. O resultado desta minha "descoberta" encontra-se em http://artpad.art.com/?klcwob16i9yw.

Destaco a leitura dos textos de Dionéia Hypolitto, Maria Benigna Villas Boas e Fernando Hernandez, os quais tratam sobre a utilização de portfolios como recurso de avaliação. A elaboração de portfolios possibilita ao professor o acompanhamento do processo de aprendizagem do aluno, bem como da sua prática pedagógica (o que está dando certo ou não no seu procedimento). Então, possibilita tanto a avaliação aluno, e uma auto-avaliação do professor.


Após muita leitura, reflexão, acesso a recursos antes desconhecidos por mim, também tive a oportunidade de discussão, troca de ideias e informação entre colegas. Estas trocas me proporcionaram conhecer diversos blog de educação, arte e cultura e a criação de meu portfolio blog :
http://proandreabertassi.blogspot.com/

Assisti ao video "Você sabia?" e após realizei com um grupo de colegas a reflexão sobre o mesmo:

O grupo concluiu que o avanço tecnológico está acontecendo de forma vertiginosa e isto assusta muito a nossa geração (imigrantes na tecnologia). Nós, particularmente, não conseguimos acompanhar todo este processo, estamos sempre defasados, principalmente na escola. Nós somos educadoras e estamos limitadas por este bombardeio de tecnologias, não conseguindo por muitas vezes despertar o interesse nos alunos (nativos na tecnologia). Para nossos alunos, o mundo "lá fora" oferece mais recursos interessantes que o quadro, o giz e o papel. Com isso, para eles as aulas acabam ficando enfadonhas. Até a leitura está em defasagem, pois as imagens falam por elas próprias. Pensamos que o professor deve estar em constante busca para tentar acompanhar este processo de evolução a fim de resgatar o interesse. Mas nem sempre nas escolas existem recursos necessários para este avanço. E quando existe, ficamos sem saber como aplicá-lo. O vídeo nos remete a atual realidade e não podemos fugir disso. O que temos a fazer é ter persistência para nos enquadrarmos neste processo.

domingo, 9 de agosto de 2009

Reflexão sobre os filmes

Gostei muito dos filmes que citei anteriormente, os quais me possibilitaram inclusive a reflexão sobre a minha prática pedagógica. A sétima arte além de ser prazerosa, pode nos mostrar, sensibilizar, nos ensinar muito.
Em "Nascidos em bordéis", fiquei perplexa diante da realidade dilacerante, mas percebi a grandeza da educação.
"Leões e cordeiros" , é um filme político, mas que deixa a clara a tarefa da educação que além de social e cultural é também política.
Reflexão sobre o filme “Leões e cordeiros”:
Este filme retrata a grande dificuldade do professor em reforçar determinados valores na sua prática educativa numa sociedade tão perdida destes mesmos valores (uma dicotomia). O professor de Ciência Política tenta estimular um aluno que tem muito bom desempenho, mas que é desinteressado por suas aulas por não acreditar mais na política. O diálogo de uma hora entre o professor e o aluno aborda o fazer a diferença, fazer algo de importante na sua vida, fazer a sua parte no seu mundo, transformá-lo.
No filme, o professor comenta que “professores são vendedores de seus alunos para eles mesmos”. A tarefa do educador é de preparar o educando para a sua vida. E que ele, na sua vida busque, critique, se desacomode, transforme a sua realidade.
O conhecimento é um caminho para se chegar aos direitos, à satisfação de necessidades, aos sonhos. Com o conhecimento, se pode chegar à crítica (Por que isto está acontecendo? É correto o que está acontecendo? O que podemos fazer diante disto? ...). Com o conhecimento podemos nos desacomodar, não dando mais as costas às notícias, não mais as banalizando. Com o conhecimento, podemos ajudar a construir uma sociedade consciente, crítica e justa.
Mesmo que o conhecimento tenha caído em descrédito, que a corrupção tenha invadido diariamente nossas notícias, é preciso insistir e tentar resgatar a importância da educação na construção de uma sociedade melhor. Esta é uma grande e nobre tarefa do professor no contexto atual.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Reflexão sobre o filme ”Nascidos em bordéis”:
O filme retrata uma realidade muito triste, injusta e desesperadora vivida desde cedo pelas crianças indianas que o protagonizam e onde a artista-professora Zana Briski tenta intervir através da arte da fotografia. Zana presenteia as crianças com câmeras fotográficas simples, pedindo-lhes que fotografassem o que lhes chamaria a atenção. As crianças com as câmeras em mãos, pareciam deixar sua realidade, tornando-se importantes, fortes e felizes. Após as saídas, Zana sentava com as crianças para relatassem suas experiências com as câmeras e também refletissem sobre as fotos tiradas (o que estava correto ou não, as técnicas...). Esta reflexão não resulta apenas em aprendizado, como também em uma forma de expressão e esperança de transformação do universo deprimente em que elas vivem. Suas fotografias fazem com que se enxergue o mundo através de seus olhares e também partilham de suas vivências. Além de desenvolverem a percepção imagética , de serem inseridos no universo artístico, de passarem por um processo de aprendizagem, conseguem através desta arte um caminho libertador.
No filme, percebo que não existem formas de ensinar a ter percepção, de se “ensinar a olhar”, mas sim de se sensibilizar. Passamos muitas vezes por uma pessoa ou por um determinado lugar e olhamos, mas não percebemos o que está acontecendo. Assistimos à televisão noticiando inúmeras tragédias, e que muitas vezes acabamos banalizando-as, pois simplesmente as vemos. Vivemos num momento de muita informação, muito informatizado, com um verdadeiro “bombardeio” de imagens, textos, informações. Mas a sensibilização está perdendo espaço neste contexto. E a sensibilização se consegue com reflexão, humanização, olhar além do que se vê, no primeiro momento, com questionamento (o que está acontecendo, por que, como, ...). Outro importante aspecto nesta aprendizagem demonstrada no filme é a contextualização.
E precisamos da reflexão de nosso contexto atual. E a educação tem um importante papel nesta reflexão a fim de se chegar na transformação de um mundo mais humano, mais justo, mais feliz.